Saturday, July 28, 2007

Aeroporto

Visitei países, aprendi culturas, balbuciei dialectos estrangeiros.
Estou exausto!
O regresso a casa é uma chamada para o seguro, para as minhas raízes e de volta para o que mais estimo.
Estou quase!
Faltam-me apenas algumas horas de espera nesta sala de aeroporto, com o coração e todo o meu ser em sobressalto, e a viagem de avião, onde sinto com fervor o momento de aterragem.
Mas agora, preciso esperar.
Com a cabeça baixa, tento ler um livro mas apenas sinto o sabor do regresso e o desejo tão presente de um abraço.
Adoro o local do aeroporto onde se pode ler "Chegadas" numa placa bem grande.
Talvez porque lá possa ver completos estranhos a acalmarem o seu tumulto nos braços de quem chega, e os olhares de saudade de quem ainda nem teve tempo de sentir a presença de quem chega junto de si novamente, que ainda nem acredita que chegaram finalmente.

Pouso o livro, quase involuntariamente,e banhado por uma serenidade deliciosa, embalado por estes pensamentos, adormeço.

Hoje, escrevi sobre isto...

Agarrei em pensamentos, em fragmentos de frases e juntei-os num.

Não deixa de ser extraordinária, a facilidade com que as palavras, por vezes, fluem em mim...
É como um vício!
Começa-se por brincadeira, por puro gozo...
E depois somos devorados pela vontade de escrever.
Por isso nos sentimos tão saturados por dentro, tão quase a rebentar quando não satisfazemos a nossa necessidade de escritores. Aí, turbilhões de ideias por assentar colidem como átomos e explodem no momento em que agarro na esferográfica e assento um qualquer conjunto de palavras aliviantes.
Ah, como conseguir desenferrujar-me e quase desentupir depende tanto das pessoas e do mundo que me rodeia.
Alimento-me de sabedorias de outros, grandes.
E nunca consigo encontrar a fórmula perfeita para agradecer.
Agradecer, talvez só sentindo.
Agradecer? Uma simples palavra (8 letras), um simples obrigado áqueles que me instruem com diálogos e com preciosos momentos.
Áqueles, que não usam capa de super herói, mas que me salvam o dia.
A esses, o mínimo que posso fazer é invadir os seus corações sem pedir licença e propagar o meu contágio, assim como me propagaram o seu.

Assim, aqui está um texto para os dias de bloqueio literário, que nos recorde que há um Mundo lá fora que nos felicita, trazendo-nos todas as pessoas com quem temos o prazer de nos cruzarmos no período da nossa existência.