Wednesday, September 12, 2007

(O meu lado mais marketing)

Quantas vezes começou a reciclar? E quantas vezes desistiu?
A Natureza não desiste de lhe proporcionar a água que bebe e o ar que respira a cada segundo.
"Na Natureza nada se perde, tudo se transforma"
No ambiente há ciclos de constante renovação de matéria essenciais à vida e, ao deitar um simples papel para o chão, interfere num desses ciclos.
Imagine-se num passeio perto de casa. Esse passeio está cheio de pastilhas elásticas, nunca pensou quanto tempo demorarão a degradar-se?
Só passadas 5 a 6 décadas é que poderia encontrar o mesmo passeio sem as pastilhas.
E pensar que seria tão fácil tê-las deitado no lixo...
Estes pequenos gestos contribuem para a "limpeza" do planeta onde vivemos. Um pequeno gesto como separar as embalagens do vidro, ou o papel do plástico e colocá-los no ecoponto correcto irá permitir aos seus netos conhecer a praia como os seus avós a mostraram
Hoje em dia apenas 20% da população tomou a iniciativa de reciclar e não desistiu.
Fazes parte dessa pequena percentagem que ajuda a salvar o mundo?
Podem não passar de números, e pode sempre pensar que esta realidade não o irá afectar porque o problema real só virá daqui a anos, mas qualquer ajuda é fundamental e há pelo menos quatro maneiras de o fazer.
Reduza. Reutilize. Recicle. Recupere.

Depois disto, não ficou com imensa vontade de reciclar?

Wednesday, September 5, 2007

Sou amante da Música



Música. Uma mulher, uma força, guarida, forma de vida em nós!
Uma mulher de pontas, a interpretar um bailado!
Música de sensações, de talentos, de descobertas e de outros conjuntos de palavras abstractas.
Música. Arte, complexa.
Música. Vontade de ir depois do medo de naufragar.
Música. Força que nos alerta, é a dose mais forte e lenta.
Música. Um mundo!
Música, para lá dos palcos. Para lá do choro da guitarra e da batida dos instrumentos.
Para lá do músico, para lá de notas, pautas e lições.
Música apenas sentida.
Fantasma. Fantasma apenas porque não assume qualquer forma na sua definição, cabe-nos a nós preenchê-la com a silhueta que mais gostarmos de escolher.
Ela ocupa-nos, toma conta de nós e leva-nos mais longe. A lugares melhores!
Um dia destes uma música apoderou-se de mim. Apetecia-me soltá-la a voar no mundo. E ela pegou-me pelos braços e levou-me, mostrou-me o caminho. Abraçou-me e eu consegui penetrar nela, vivê-la. Chegar ao lugar onde ela estava. Imaginar uma sala de cantores trajados, com alguns instrumentos na mão. A sala tinha um tecto alto e gravuras nas quatro paredes, era um salão de música, de baile! Aquelas vozes embalaram-me. Vozes doces, masculinas, com traços fortes e rostos a condizer.
Música. Quimera calorosa, turbilhão feliz.
Entrada e saída. E vice-versa.
Companheira de noites, de dias cansados, de momentos felizes, razão de sorrisos e brindes!
Um brinde!
Parte de nós, parte de cultura, de tradição, de educação, parte de ti e de mim!
Muralhas, reflexos, sinais, garra, marcas, pele.
Encontros. Encontros com a música, encontros com aqueles que amamos, ao encontro de nós próprios!
Por isso a música existe.
Música de Segunda a Sexta.
Sábado e Domingo!

Tuesday, September 4, 2007

A CASA DE MADEIRA - IV

João pousou a carta, limpou a lágrima que escorria pela sua cara mas escapou-lhe outra, mais pesada e triste, ao imaginar a sua vida sem Raquel.
Não! Não, não, não, pensava.
Deve haver uma saída.
Pousou os cotovelos nos joelhos e apoiou a sua cabeça nas mãos.
A vida sem Raquel.
Levantou-se irritado. Como poderia ela fazer-lhe isto? Ela tinha pegado no seu coração com as duas mãos e bruscamente as tinha aberto deixando-o cair, apaixonado, no chão, esmagado por palavras. E ela tinha feito tudo isto brincando!
Avançou até à sala e ia lançar a carta de Raquel na lareira quando viu o retrato dos dois, pousado e numa moldura preta que ela lhe tinha oferecido.
Sentia o calor das chamas a crepitar nas suas pernas.
Baixou o braço e desistiu.
Pela primeira vez, João não ia desistir. Ia correr atrás.
Desorientado, pegou nas chaves do carro e voou até à casa de Raquel, nos subúrbios.
Quando chegou viu luzes e entrou.
Era tarde demais...
Voltou ao seu apartamento, encontrou as suas mobílias, papéis e coisas perfeitamente organizadas todas remexidas, tinha sido assaltado. Tinham levado o perfume de Raquel, as chaves, a roupa, a pasta e escova de Raquel, todas as fotografias e a carta também...
Lá fora, Raquel abria a porta do seu carro, tudo tinha corrido como planeado, tinham-se desencontrado apenas por segundos. Perfeito.
Virou as costas ao apartamento do delegado e nos seus lábios desenhou-se um sorriso, vingativo, cruel e divertido. Entrou no carro, com as mãos no volante, e foi a última vez que passou na rua do apartamento.


FIM
A CASA DE MADEIRA - III

"A vítima apresenta sinais de tentativa de reanimação no peito..."
João Pedro tinha acabado de ler o relatório do resultado da autópsia da vítima no caso de Raquel Macedo.
No dia seguinte, o advogado de Raquel provava com mestria que as impressões digitais de Raquel no corpo de Bernardo e as marcas de reanimação só podiam apontar para um veredicto: Inocente.
E era assim que Raquel saía do tribunal, e o caso era encerrado.

Jantar à luz de velas, comemorar com champagne... o típico "dinner and a movie".
Raquel esteve mais calada do que o normal e João Pedro, adivinhando o cansaço do julgamento, acompanhou-a à porta mais cedo.
João sentia uma enorme saudade de Raquel naquela noite.
Pensar que a sua vida ao lado dela era agora possível deixava-o exausto.
Tanto horizonte à sua frente... Já sentia o sabor dela ao seu lado TODOS OS DIAS.
O tabaco tinha acabado nas comemorações, vestiu o casaco e palpou o bolso à procura de dinheiro... sentiu um papel.
Mais uma factura, pensou.
Retirou o papel dobrado, era uma carta.

"João, tenho que me ver longe de ti. Não deve haver muitos registos de mulheres que dizem não servir para o homem que amam, ou talvez haja... Bem, não interessa. O que interessa é que, contigo, passei os melhores momentos da minha vida.
No inicio pareceu um amor passageiro, um que talvez preenchesse o lugar que uma casa vazia deixa marcado em nós.
Contigo vivi o inicio desse amor, deixei-me levar por ti até ao auge da nossa felicidade e calor e cumplicidade e agora tenho que afastar o monstro Raquel Macedo que fui no passado de ti, meu amor. Não consigo explicar melhor do que isto: Não mereço enganar-te.
Não a parte que vivemos e que sentimos até este momento mas sim a pessoa que revelo ser no passo seguinte. Quero proteger-te.
O que aconteceu no processo foi o fim da minha auto (e lenta) destruição. Tu juntaste os meus pedaços e fizeste-me viver de novo até aqui: o momento em que me devo castigar pelo que fiz ao ficar longe do homem que amo.
Não espero que compreendas, eu sou louca. Mas não o suficiente para te magoar.
Adeus querido, um beijo."