Monday, November 26, 2007


Estranha a maneira como me olhas.
Não me olhas, devoras-me...
Como se isso fosse bom.
Em tempos fomos soldados da mesma batalha e agora já nem pisamos o mesmo chão.
Apetece-me fugir.
Voar numa rua onde não consiga ver o fim.
Prazer. Ter, mesmo, essa sensação.
Porque me magoa perder-me de ti, mas falta-me encontrar o regresso.
Porque preciso que te levantes do chão frio e que venhas comigo.
Abre
abre o teu baú e deixa-me ver as tuas cores
Repara
repara no cheiro do meu cabelo que perfumei de propósito para ti
Toca-me
toca-me uma música original
(faz os teus calculos e traça-me
Verás que estou atada a ti e para nos separar não chega a força que o Homem faz para separar um átomo)
Agarra
agarra-me pela mão e fugimos os dois.
Agora não estás a meu lado
e eu continuo a correr.

Monday, November 19, 2007

No tomorrow

Today
I'm gonna find myself
So I won't cry for you
And for nobody else.

I can run
You can follow
Meet me there
There's no tomorrow.

Never think of yesterday
Cuz' you're always on my mind
I trust you and I forget
Without me you'll never find
Now my tears will never drop
When you leave and take my heart
I need you so never Stop
Uuuh uuh uuh uuh uuh uh uh

( Mérito de Rita Almeida, Silvia Ferreira e Laura Felicio )

Dois Minutos

O mundo já não é redondo.
Bolas, já nem os relógios são redondos!
Quer isto dizer que já nada é cíclico e por isso determinado?
Eu sei lá se houve alguém superior e transcendente que me planeou a vida...
De qualquer maneira prefiro acreditar que, cada passo imprevisível no meu caminho, é imprevisível para mim e para todos! Quer na terra, no céu ou no inferno!
Tomo o meu café aveludado, de prazer, e já nem me sabe a café nos meus lábios! Sabe a terra.
Caramba nesta terra já ninguém sabe de si mas toda a gente sabe onde está.
Gosto desta música calma que ouço. Embala-me e leva-me longe do momentâneo.
Esta melodia cria-me uma nostalgia doce e lenta, como naquele domingo em que fiquei na cama acordada a ouvir a chuva vir bater na minha janela. Aí, lembro-me, a única coisa que desejei foi companhia a meu lado.
Desejei alguém que ficasse, para sempre, alguns minutos.
Porque é que este espaço onde a minha alma voa tem de ser tão curto?
Se lerem calmamente, descobrirão, como eu, que são só dois minutos!
Apeteceu-me ser confusa e fugir áquilo em que regularmente penso. Estes meus apetites

Thursday, November 15, 2007

Conceitos abstractos numa folha

A nossa necessidade de estarmos sempre acompanhados é espantosa.
Reparem... Nunca ninguém está sozinho!
Mesmo até no meio emaranhado do nosso maior problema, quando pensamos que é impossível sair dali ou é impossível encontrar uma saída para o nosso grande dilema, há sempre alguém ao nosso lado. Simplesmente ali, a observar-nos. E pronta a amparar-nos ao nosso mínimo desvio do caminho. Disposta a dar até que lhe doa, e a sentir alguma parte, mesmo que mínima da nossa dor. Mas sente.
E é bom! É bom estarmos tão concentrados em nós póprios e olhar para o lado e ver alguém sorrir-nos.
Ajuda a levantar a cabeça e voltar de novo à terra.
Agora falta encontrar qual somos...
Se o emaranhado em si ou o emaranhado nos outros.
Claro que o ideal é sermos os dois, em fases distintas. Mas o perfeito e o ideal parecem coisas que ainda passam tranquilamente ao lado do ser humano.
E se olharmos bem para trás, se olharmos bem fundo para nós, há uma das facetas que está mais presente.
E isso é um determinante da nossa felicidade...
De qualquer maneira, fica a ideia base, para não complexar muito... Para que haja o mínimo de equilíbrio e balanço temos que nos posicionar no meio.
Pensar que não somos os melhores mas certamente também não somos os piores. Pensar que temos pessoas que gostam de nós e certamente pessoas que, pura e simplesmente não vão com a nossa cara. E por fim, pensar que há pessoas a quem nos devemos entregar e outras que, no fim, não merecem a nossa atenção.
Voltando ao ponto de partida e relacionando tudo...
Primeiro, é bom ter alguém do nosso lado. Assim, morte, vida, felicidade e tristeza marcam pegadas a dois.
Segundo, é essencial que acreditemos que temos alguém assim, pelo menos um... Para poder partilhar a nossa individualidade.