Thursday, August 9, 2007

E se me encontrar num labirinto?
Um qualquer.
Labirinto: espécie de desafio estranho onde apenas há um caminho até à saída.
Rodeada de grandes paredes verdes, é assim que me imagino.
Dou um passo em frente e deparo-me com a primeira escolha que terei de fazer: Dois caminhos com um chão de pedrinhas.
O da direita e o da esquerda.
Penso um pouco. Direita? Reflicto um pouco mais... Esquerda?
Sempre gostei mais da direita. Avanço.
O caminho parece seguro, parece o correcto..
Sou invadida então por uma sensação de alívio relaxante que me agrada. Pareço estar certa da minha decisão.
Caminho, caminho, caminho...
À medida que avanço, à medida que perco o controlo dos meus passos começo a experimentar uma sensação nova. Revolta, incómodo.
Tento parar os meus passos mas é em vão...
Continuo a avançar pelo caminho da direita e palpo as paredes com as mãos, ao ritmo dos meus passos.
A sensação de alívio foi-se e agora começo a pensar no que perderia ou ganharia em voltar para trás. Não sinto a força para desafiar esse caminho e voltar atrás, com a certeza de que a direita deixou de ser o melhor caminho para mim e que por isso, ainda me resta a esquerda!
Não! Não posso continuar a permitir que os meus próprios passos me levem, não posso continuar acomodada, conformada.
Que peso! Peso na minha consciência, peso no meu ser.
As paredes que continuo a palpar parecem devorar-me por inteiro e então páro.
Os meus passos pararam.
Dou meia volta em torno de mim mesma, confusa ainda mas com esperança de que a mudança de rumo me faça mais feliz e me leve por caminhos que me deixem lúcida.
Encontro, por sorte, um atalho rápido para o velho caminho da esquerda.
Aí estava a minha segunda e última, a derradeira, escolha: Recomeçar e usufruir da hipótese de tomar outro rumo.
No horizonte ao meu alcance, o caminho da esquerda!
Sinto-me a levitar, a voar de liberdade...
Agora passeio, para trás deixo pegadas dos meus passos controlados.
A pouco e pouco vejo a silhueta da saída do labirinto das paredes verdes.
Ao atravessá-la penso que encontrei o meu caminho... por fim, tudo acabou.
E era tão simples! Era só virar à esquerda...
As asas do pensamento são as que não nos deixam cair, umas vezes confundem-nos e outras fazem-nos decidir.

2 comments:

Anonymous said...

Martinha se precisares de ajuda para sair do teu labirinto eu estou aqui!! =D


silvia

Anonymous said...

adorei...só me pareces que te falta descobrir uma coisa: há muitas alternativas para além da direita e da esquerda.
Lindo texto, posso usá-lo numa aula?
Cristina